Supply Chain: A Estratégia Inteligente da Puma e Baldor
- Clilson Filippetti

- 5 days ago
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Updated: 3 days ago
Puma
Baldor
Se as disrupções globais recentes nos ensinaram algo, é que a resiliência na cadeia de suprimentos é a nova vantagem competitiva. Não se trata apenas de se recuperar de um choque, mas sim de ter a capacidade de adaptar com velocidade a qualquer mudança no mercado ou na demanda. Na NRF 2026, o foco está em como a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, está sendo usada para aumentar a visibilidade e a flexibilidade da cadeia.
O varejo americano está investindo pesado em infraestrutura e sistemas inteligentes para garantir que o produto certo esteja no lugar certo, no momento certo.
1. PUMA: Criando Experiências Imersivas e uma Cadeia de Suprimentos Ágil.
Para a PUMA, uma gigante global de artigos esportivos, a tecnologia é a espinha dorsal que conecta o design do produto, a experiência do cliente e a logística global. A estratégia é usar a inovação para ser mais rápida, mais inteligente e mais conectada com seu público.
A PUMA utiliza a tecnologia em suas lojas físicas não apenas para vender, mas para criar um "playground" para a marca, onde os clientes podem interagir, se engajar e sentir a cultura da empresa.
A loja flagship da PUMA em Nova York é um exemplo perfeito. Ela funciona como um laboratório de varejo com: "Skill Cube". Com vários simuladores esportivos profissionais como futebol e automobilismo permitindo aos clientes testar produtos em um ambiente virtual, usando calçados e roupas da marca. A experiência é filmada e pode ser compartilhada nas redes sociais, transformando o cliente em um embaixador da marca.
Há muita tecnologia em sua loja como, como os “Espelhos Mágicos” que utilizam tecnologia RFID - Identificação por Radiofrequência – e, quando um cliente leva um produto para o provador, o espelho reconhece o item e exibe informações sobre ele, sugere produtos complementares e permite solicitar outros tamanhos ou cores diretamente de uma tela.
Na cadeia de suprimentos da PUMA é extremamente complexa, envolvendo design na Alemanha, produção na Ásia e distribuição global. A tecnologia é crucial para gerenciar essa complexidade. A redução do tempo de desenvolvimento é crucial, seus designers podem criar, testar e modificar protótipos virtualmente, reduzindo drasticamente a necessidade de amostras físicas, o que economiza tempo, dinheiro e recursos.
Outro ponto é a gestão de estoque com RFID e I.A..A tecnologia RFID, que brilha na experiência da loja, é ainda mais crítica nos bastidores, cada produto é etiquetado, permitindo que a PUMA saiba exatamente onde cada item está, desde o centro de distribuição até a prateleira da loja. Isso melhora a precisão do inventário para mais de 99%, e com a utilização de algoritmos de inteligência artificial para analisar dados de vendas, tendências de redes sociais e até mesmo condições climáticas para prever a demanda por produtos específicos em diferentes regiões, otimizando a produção e a distribuição.
Toda tecnologia embarcada na automação dos seus CDs, que utilizam robôs e sistemas de classificação para processar pedidos de e-commerce e abastecer lojas de forma rápida e eficiente, garantindo que os produtos certos cheguem ao lugar certo no momento certo.
2. Baldor Specialty Foods: Tecnologia como Pilar para a Logística de Alimentos Frescos
Para a Baldor, uma das maiores distribuidoras de alimentos frescos e especiais do Nordeste dos EUA, a tecnologia não é um luxo, mas uma necessidade absoluta. A empresa lida com produtos perecíveis que exigem velocidade, precisão e controle de qualidade rigoroso. Sua estratégia é usar a tecnologia para ser a distribuidora mais rápida, confiável e transparente do mercado.
A Baldor não é um espaço físico para o consumidor final, mas sim sua robusta plataforma de e-commerce B2B - Business-to-Business - , que atende ao chefs e restaurantes.
Pedidos em tempo real e prazos rígidos, os chefs podem fazer pedidos até tarde da noite para entrega na manhã seguinte. A plataforma é projetada para ser extremamente rápida e intuitiva, funcionando perfeitamente em dispositivos móveis, que é como a maioria dos chefs trabalha.
A I.A. aprende com os pedidos anteriores de um restaurante e sugere produtos relevantes, destaca itens sazonais e alerta sobre novidades, funcionando como um consultor de compras digital.
Os clientes podem ver a origem exata dos produtos, ler perfis dos agricultores e acessar informações detalhadas sobre sazonalidade e especificações, o que é crucial para chefs que valorizam a procedência.
A cadeia de suprimentos da Baldor é uma maravilha da logística "just-in-time", otimizada para produtos perecíveis. Automação de Armazém e "Pick-to-Light" - sistema de automação para armazéns que utiliza sinais luminosos - indicando qual item pegar e em que quantidade. Isso aumenta drasticamente a velocidade e a precisão da separação dos pedidos.
O centro de distribuição da Baldor no Bronx - NY é um centro nevrálgico de tecnologia que utiliza o sistema de gerenciamento de armazém WMS - software sofisticado gerencia cada centímetro do armazém, otimizando o armazenamento para garantir que os itens mais antigos (FIFO - First-In, First-Out) sejam despachados primeiro.
A Baldor opera uma grande frota de caminhões refrigerados, e a otimização de rotas é fundamental. Software de Roteirização Dinâmica, utilizando algoritmos avançados calculam as rotas mais eficientes em tempo real, levando em conta o trânsito, as janelas de entrega dos clientes e o consumo de combustível. Isso garante que os alimentos cheguem frescos e no prazo. Cada caminhão é monitorado para garantir que a temperatura interna permaneça constante, protegendo a qualidade dos alimentos. A empresa sabe exatamente onde cada entrega está a qualquer momento.
Utilizando análise de dados para prever a demanda com alta precisão, a Baldor compra apenas o que é necessário e minimizando o desperdício de alimentos.
A Lição da NRF 2026
A NRF 2026 nos mostra que a Supply Chain Resiliente é aquela que usa a tecnologia para ganhar visibilidade de ponta a ponta e flexibilidade operacional.
As empresas que investem em sistemas inteligentes e na integração de seus canais estão preparadas para transformar qualquer disrupção em uma oportunidade de adaptação rápida.
Vamos juntos nesta jornada e mergulhar nas estratégias que moldarão o varejo em 2026 e próximos anos.
Fiquem bem e até o próximo artigo onde abordarei sobre Fator Humano, o quinto dos seis pilares.

























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